Texto Vanessa Marquezzan*

 

No sentido ficcional, o termo 'pequeno gafanhoto' tem o significado de aprendiz ou discípulo. Ao representar o aprendizado adquirido com o mestre, o gafanhoto é conduzido a criar novas relações, ao mesmo tempo em que cria novas nuvens de conhecimentos. Essa é a ideia que será apresentada na exposição 'Gafanhotando', realizada pelo Grupo de Artistas Fronte (GAF). A vernissage será hoje (28/11), às 19h, na Galeria de Arte Agostinho Duarte da Unochapecó, e segue até o dia 20 de dezembro.

O Grupo Fronte é composto por quatro professores e dez estudantes do curso de Artes Visuais da Unochapecó. Com essa exposição, eles propõem novos olhares sobre o tema 'Arte e Gênero'. Ao perceber motivações pessoais em temas coletivos, explora a criticidade, a estética, investiga meios e linguagens, produzindo projetos de arte contemporânea.

As obras expostas foram produzidas durante o ano pelos estudantes com a orientação de um professor, com o intuito de seguir o mestre. Ao todo serão seis obras que envolvem os mais variados sentimentos e despertam vários sentidos. Como no trabalho das acadêmicas Thalika Pedroso, do 4º período, e Fernanda da Rosa, do 6º período, onde elas retratam a violência contra a mulher e os dados dos feminicídios em Chapecó no ano de 2017.  

"O trabalho busca explorar essa questão do visual, as próprias linhas sensitivas e também da audição. Vai ter um fone de ouvido em que as pessoas poderão ouvir um áudio relacionado ao feminicídio. São gravações das denúncias das mulheres à polícia", explica Thalika.

Essa é a primeira vez que Fernanda participa de uma exposição. "É uma experiência muito bacana, você tem esse espaço dentro da Universidade que lhe permite produzir, criar e também compartilhar com outras pessoas". Ela comenta que essa atividade lhe permite vivenciar um pouco o que é ser artista e como é desenvolver todo o trabalho, desde pensar a ideia até o produto final.

 

*Estagiária, sob a supervisão de Jessica De Marco