Formar grandes atletas para as quadras e cidadãs para o mundo é um dos principais objetivos da Female Futsal, equipe apoiada pela Unochapecó. Há mais de uma década, o time se dedica intensamente às atividades e competições com as categorias de base, e é destaque no celeiro de atletas historicamente visto em Chapecó.

As atletas Cely Gayardo e Débora Vanin, que hoje atuam em clubes da Itália, lembram com carinho das disputas que impulsionaram seus primeiros passos no esporte rumo a uma trajetória de sucesso. Formadas pelas categorias de base da Female Futsal, as duas atletas tem o nome estampado nas maiores conquistas do clube e na história da modalidade em Chapecó, e hoje são destaques nos clubes onde atuam no Velho Continente.

Trajetórias diferentes, histórias iguais
Celygol. Quem viveu o boom do futsal feminino em Chapecó nos anos 2000, com certeza lembra de ter ouvido esse nome diversas vezes. Nascida em São Miguel do Oeste, Cely tinha apenas 14 anos quando recebeu o chamado para atuar no então Popiolski/Kuat, tanto na base quanto na equipe adulta. “O objetivo de qualquer menina que jogasse bola naquele tempo era de atuar no time do Popiolski, que já era uma das principais do estado”, lembra.

Com a camisa do Corujão, Cely cresceu junto da Female: viveu desde a inserção da modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina, em 2003, até a conquista do tricampeonato Mundial Copa das Nações, em 2011. Além da Female, a atleta passou pela experiência de diversos clubes, como Kindermann/SC e Burela/ESP, e disputa sua sexta temporada pelo futsal italiano - hoje vestindo a camisa do Olimpus Roma. Para ela, o trabalho desenvolvido nas categorias de base no Brasil é referência para o mundo.

“O trabalho de base do futsal feminino no Brasil está muito avançado e Chapecó, que se trata de uma das principais equipes do país é uma referência. Tive a oportunidade de trabalhar com profissionais muito qualificados, com uma excelente estrutura que me propiciaram, por conseguinte, uma ótima formação. As jogadoras de futsal que atuaram em Chapecó são diferenciadas, especialmente a nível tático e mental, que são dois importantes quesitos que podem ser aprimorados no decorrer da formação, mas que não são fáceis se não trabalhar com profissionais competentes”, garante Cely, que se considera "grata e sortuda” por ter atuado em Chapecó.

Já Débora, ao ser perguntada sobre as primeiras recordações da Female, faz questão de destacar: "isso faz 14 anos, o time ainda era só Popiolski”. Assim como Cely, Débora cresceu junto do Corujão do Oeste. A atleta passou a integrar o grupo ainda por volta dos 10 anos de idade, quando conquistou logo de cara seu primeiro título com a equipe: o Campeonato Catarinense sub-15. Desde então, foram tantos gritos de 'é campeão!' que a conta é extensa.

Mesmo ainda criança, a atleta já se sentia acolhida com o profissionalismo com que tudo era conduzido dentro da família formada pelo então Popiolski Futsal, que posteriormente se chamaria Female. “A primeira impressão que tive, quando entrei, era a de que jogar futsal em Chapecó não era só um trabalho, e sim uma diversão com responsabilidade. Nem todas as equipes são como a Female. De todos esses 14 anos que estive lá, sempre teve uma estrutura invejável, com ótimos profissionais, modelo de jogo e ajuda extra quando precisava”, recorda.

Débora hoje defende o Kick Off C5, em Milão. O convite para atuar no futsal italiano aconteceu em 2017, após o Mundial Universitário de Futsal disputado pela atleta em 2016. A atleta conta que a referência dos italianos pelo modelo de jogo da Female já existia - “o futsal bem jogado”, como ela mesma define, que leva como a marca chapecoense na Itália. “Tudo o que eu sei sobre futsal, eu aprendi dentro da Female. Com inúmeras histórias e capítulos formados nesse clube, em qualquer situação dentro de quadra que tenha aqui, tenho certeza que o diferencial, vai ser porque tive bons professores na minha vida de atleta”, finaliza.

 

*Com informações da equipe Female