Comunidades indígenas participam de uma roda de conversa na Uno

Crianças e adultos representantes das comunidades Toldo Chimbangue, Condá, Pinhal e Xapecó participaram na última quinta-feira (19/04) de uma roda de conversa sobre os desafios dos povos indígenas na atualidade. O evento aconteceu no Salão de Atos da Unochapecó, com objetivo de celebrar o Dia do Índio. O encontro contou ainda com a participação de acadêmicos e professores da Universidade e do procurador da República, Carlos Humberto Prola Junior.
A roda de conversa encerrou a Semana Cultural promovida nas Terras Indígenas Toldo Chimbangue e Kondá. O evento contou com o apoio do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Unochapecó e teve como objetivo socializar informações e conhecimentos sobre as mudanças socioculturais que se fortalecem nos povos indígenas nas últimas décadas.
A necessidade de mudar o estereótipo do que é o povo indígena foi um dos assuntos que permeou a conserva. Foram discutidas questões relativas aos direitos dos índios e como eles estão situados hoje na sociedade, seja na área urbana ou rural. O procurador da República, Carlos Humberto Prola Junior, destaca a importância de eventos como esse dentro da educação escolar indígena, mas também no âmbito do direito e da história. "Isso é muito importante para desconstruir ideias, especialmente aqui nesta região de forte colonização europeia, em que os indígenas originários hoje são vistos quase como invasores. Temos muitos conflitos no Oeste da região Sul, não só em Santa Catarina, mas também no Rio Grande do Sul e Paraná. E eventos assim ajudam a entender melhor toda essa temática que envolve os povos indígenas no Brasil", acredito o procurador.
A Unochapecó foi uma das pioneiras no Brasil na implementação do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, que forma professores para atuar exclusivamente em escolas indígenas. A Instituição já formou 37 pessoas nessa área e, neste ano, mais 58 devem concluir a graduação. Segundo o pró-reitor da Universidade, professor Leonel Piovezana, esse trabalho desenvolvido desde 2009 junto com as comunidades se refletem em momentos como esse, de conversa, respeito pela cultura e evolução do debate em torno da causa. "Nós vamos encerrar o ano com praticamente 230 indígenas com graduação no Sul do Brasil, incluindo os nossos alunos e os demais estudantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. É um número muito significativo. Isso revoluciona uma região, os processos de desenvolvimento regional e de qualidade de vida", acrescenta o pró-reitor.
Getúlio Kaingang, da aldeia Xapecó, que escolheu usar seu sobrenome indígena, integra esse número de professores. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, ele participou do evento representando a terra indígena Xapecó. Para Getúlio, o encontro realizado dentro da Unochapecó é uma porta a mais que se abre, uma conquista fruto do movimento indígena. "Não é um momento de comemoração, mas de reconhecimento enquanto um povo diferente, com cultura e tradição diferente. Eventos assim abrem um caminho dentro de uma sociedade que há muitos anos nos discrimina".
Compartilhe
DIA DO INDIO
INDIGENAS
RODA DE CONVERSA
SÃO LOURENÇO
UNOCHAPECO
Nosso portal utiliza cookies necessários para o seu funcionamento e que permitem coletar dados anonimizados de navegação para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website, além de observar hábitos de visita, que permitem lembrar suas preferências. Os cookies podem ser estabelecidos por nós ou por fonecedores externos cujos serviços adicionamos às nossas páginas. Além dos cookies, estão habilitados plugins de determinadas redes sociais que poderão tratar seus dados quando você optar por acessar o nosso site por meio delas.