Estudantes de Medicina da Unochapecó realizam atividades práticas humanizadas

Texto Ícaro Colella*
Tendo em vista que a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, enriquece a prática médica, o curso de Medicina da Unochapecó introduz na grade curricular, desde o primeiro período, aulas com simulações e atividades para desenvolver essa visão nos estudantes. O sentimento pelo próximo e a técnica para salvar e melhorar vidas são fatores que definem os futuros profissionais e os deixam mais seguro para viver a profissão. Entre os dias 24 e 25 de junho, foram realizadas duas atividades nesse sentido, com o 1º e o 3º período do curso, respectivamente.
A primeira delas, 'Com os meus sapatos', promovida pelo HumanizaMed, a comissão de humanização da Unochapecó, aconteceu na segunda-feira (24/06) e envolveu estudantes do 1º período. A prática foi pensada com o ideal de humanização, ao fazer os acadêmicos se colocarem no lugar do outro e vivenciarem algumas deficiências físicas ou sensoriais. Eles também deviam realizar tarefas na Universidade, como ir buscar um livro na Biblioteca, subir as rampas e andar pelos caminhos feitos para deficientes visuais.
Para a atividade, foram utilizadas cadeiras de rodas, muletas, óculos e fones para simular as deficiências. A frase na tela, exibida antes de iniciar a atividade fala muito sobre o espírito que envolve a dinâmica, 'empatia é calçar o sapatos do outro mesmo quando eles apertam', o que reforça o compromisso da Uno na construção de um sujeito profissional cidadão.
O estudante Fernando Bagatini encontrou na proposta uma experiência nova, que o auxiliou como estudante de medicina, em uma nova visão para entender como é a realidade de pessoas que tem uma deficiência e precisam circular pelos lugares. "Eu percebi como é difícil utilizar a cadeira, tive muita dificuldade, apesar da Uno ter bastante acessibilidade e meios que facilitam, o que mostra que a Universidade se preocupa com o bem estar de todas as pessoas".
A professora que coordenou a atividade, Paula Zeni, relata que nos anos anteriores os alunos sentiram superação, outros ficaram envergonhados pelo olhar das pessoas, e ao final todos sentiram empatia e começam a olhar de outra forma para as pessoas com deficiência. "A atividade foi pensada com a ideia em desenvolver no estudante de medicina a empatia, a humanização, a responsabilização com o outro e desde 2015 esse objetivo vem sendo alcançado", comenta. Após as vivências, a programação seguiu para uma socialização das experiências vividas pelos estudantes com a comissão psico-pedagógica do curso.
A segunda atividade foi organizada na terça-feira (25/06) no estacionamento do Bloco R. Foi montado um cenário de acidente, um carro batido em uma árvore e vítimas caídas em um barranco. A atividade envolveu estudantes do 3º período e faz parte da disciplina de Práticas de Atenção e Cuidado III (PAC). A atividade realizada é um simulado realístico, que na ocasião trouxe um pouco mais de complexidade, para o acadêmico conseguir enxergar, a partir da atividade, como seria o atendimento na vida real, as dificuldade com o local, com o ambiente e com o próprio paciente.
No cenário montado, a pressão imposta pelos professores era constante. A atividade insere todos que estão ao redor em um acidente, além de testar a capacidade do estudante em aplicar tudo que foi aprendido na sala de aula com agilidade e inteligência naquele momento crucial. Para o professor Samuel Spiegelberg Zuge essas aulas práticas dão suporte básico para desenvolver o acadêmico. "Muitas vezes num ambiente em que está tudo organizado fica muito fácil. Aqui não, precisa de muita atenção, já que eles tem que subir um barranco com a vítima, tem que entender o espaço, e além de tudo fazer escolhas corretas, o que exercita o lado profissional".
O acadêmico Rodrigo Ferla participou da atividade como uma das vítimas a serem resgatadas. Para ele a atividade foi enriquecedora e muito marcante. O que nos laboratórios é exposto, na prática conta com vários imprevisto, e é preciso estar preparado. "É uma situação muito próxima da realidade, quando você está ali e tenta viver o que tá acontecendo é bem tenso. Sair da sala de aula e chegar aqui na quase realidade, nos deixa muito mais preparados".
A disciplina PAC acompanha os estudantes do 1º ao 8º período, para que o acadêmico aprenda gradativamente, e que coloque em prática tudo que foi ensinado nas aulas teóricas e nos laboratórios. A coordenadora administrativa do curso, professora Mayra Zancanaro, visualiza nessa atividade o poder de transformação no estudante, já que eles podem vivenciar a pressão da realidade, e o principal, tomar decisões. "Colocamos eles em uma situação que para o profissional já não é tão simples, imagina então para o estudante. O objetivo é justamente que eles saiam da Universidade o mais preparados possível", conclui.
*Estagiário sob supervisão de Gabriel Kreutz
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