Nas últimas semanas, o Fórum Parlamentar em Defesa das Instituições Comunitárias de Ensino Superior ganhou destaque nas manchetes dos jornais catarinenses. Com o objetivo de apoiar e promover o fortalecimento das instituições vinculadas à Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), o Fórum visa discutir políticas públicas voltadas para o ensino superior e para garantir sua qualidade, sua autonomia e promoção do acesso à população catarinense.

Liderado pelo deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD) e com o apoio de outros 25 parlamentares, o fórum foi instituído pela Assembleia Legislativa para consolidar este modelo genuinamente catarinense. Criadas por meio de Lei Municipal, as fundações educacionais que mantém as universidades comunitárias mudaram a história de suas regiões, com ensino de excelência, que direciona o desenvolvimento das regiões por intermédio da prestação de serviços às comunidades, da pesquisa científica e da inovação.

>> Leia mais: Estudantes lotam Alesc para Fórum Parlamentar em Defesa das Comunitárias <<

A Unochapecó foi palco de uma grande mobilização em favor do sistema comunitário de ensino superior. Na noite da última sexta-feira (31/03), a Instituição sediou o primeiro encontro regional do Fórum Parlamentar em Defesa das Universidades Comunitárias, que contou com mais de mil participantes. 

Para o professor Claudio Alcides Jacoski, Reitor da Unochapecó e Presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), o aporte oferecido pela Assembleia Legislativa para a discussão do tema das comunitárias é motivo de gratidão. A criação do Fórum, para Jacoski, oferece reconhecimento e legitimidade a uma história de mais de 50 anos. Ao passo em que se discute o futuro do Ensino Superior, cada região testemunha o impacto da formação de profissionais versados, éticos e humanos nas salas de aula das comunitárias.

“Por quanto tempo a Unochapecó foi a única Instituição que estava aqui, nesse local, promovendo a educação superior e promovendo espaços de educação? Isso é significativo quando observamos que qualquer curso lançado pela Unochapecó no passado representou desenvolvimento visível naquela área. É motivo de orgulho termos ultrapassado a marca de 40 mil profissionais aqui formados. Aqui no Oeste, se a gente imaginar na área da administração, do direito, da medicina, das engenharias, da comunicação, há a presença de alguém formado em comunitárias, o que é muito forte por conta da qualidade das entregas que se tem”.

Além de colocar luz à importância do ensino, a discussão promovida pelo Fórum Parlamentar também destaca a variedade e as virtudes dos projetos de extensão oferecidos e alicerçados pela Universidade. O atendimento por meio das clínicas-escola e dos laboratórios de prestação de serviços em diversas áreas, de acordo com o Reitor da Unochapecó, é uma situação ‘ganha-ganha’: o serviço público entrega cuidado, dedicação e desenvolvimento à comunidade.

“As instituições comunitárias estabeleceram um modelo muito interessante para o país. Por um lado, elas não pesam ao Estado com o custo que elas têm para uma universidade pública. Por outro lado, elas também não têm a necessidade de disputar mercado por um determinado valor e apresentam muita qualidade. A gente costuma chamar de instituições públicas não-estatais, são instituições que se mantém a partir da própria mensalidade de alunos que, muitas vezes, precisam de aportes de recursos externos, seja financiamento ou bolsas de estudo, para conseguirem pagar essa mensalidade. É através dela que se oferece um serviço público de qualidade muito efetiva”, assegura Jacoski.

Força catarinense

Falando à comunidade acadêmica presente no Salão Nobre, o deputado Napoleão Bernardes destacou o papel que o modelo comunitário cumpre para a formação de cidadãos que tenham comprometimento com as demandas e causas de suas regiões. O parlamentar, que também concluiu sua formação profissional em uma Universidade Comunitária, reiterou que o Fórum defende a aplicação dos fundos públicos nas instituições que tenham compromisso com o interesse público.

"As universidades comunitárias, como o próprio nome diz, não têm dono, são de sua gente, e tudo aquilo que há de resultado é reinvestido no próprio desenvolvimento regional. Há 53 anos, a Unochapecó dá sua enorme contribuição para o desenvolvimento econômico, territorial e social do Oeste catarinense. E agora, com este fórum, vamos trabalhar para dar ainda mais condições a essas instituições, para que continuem arregaçando a manga e entregando mais esperança e qualidade de vida para suas comunidades".

Para a presidente da Acafe e Reitora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Luciane Bisognin Ceretta, a associação busca a formação de trabalhadores nas mais diversas áreas do conhecimento com excelência, mas também com valores humanos inegociáveis. “Nosso Estado é pujante em sua economia, com um dos melhores PIB e IDH do país, indústria referência, atividade empreendedora e um ecossistema de educação superior transformador oferecido pelas nossas universidades comunitárias. Somos um case nacional, com instituições referenciadas no Brasil, a exemplo da Unochapecó. Este fórum se propõe justamente a defender e proteger este patrimônio dos catarinenses”, reforçou.

Também estiveram presentes na ocasião a deputada estadual Luciane Carminatti; o presidente da Fundeste, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo; o vereador de Chapecó, Wilson Junior Cidrão; o reitor da Unoesc, Ricardo Antonio de Marco; o assessor de Relações Institucionais e Governamentais da Acafe, Adriano Rodrigues; e a presidente do Diretório Central dos Estudantes da Unochapecó, Eduarda Caroline Ilha. Após a Etapa Chapecó, o destino do Fórum Parlamentar é o campus da Unoesc em Joaçaba, nesta segunda-feira (03/04).