Grupo Fogueira amplia a discussão sobre gênero na Universidade

Debate aberto
Texto Ana Paula Dornelles*

 

Março é dedicado exclusivamente a elas, mas engana-se quem pensa que esse mês é feito apenas de flores. É época também de discutir um assunto de extrema importância. Segundo os últimos dados do Monitor da Violência, divulgado pelo G1 no início de março, 12 mulheres são vítimas de feminicídio no Brasil todos os dias. Esse é um dos motivos pelo qual o debate sobre a questão de gênero se faz necessário, inclusive dentro da Unochapecó.

Em atividade desde 2000, o grupo Fogueira, que estuda e pesquisa gênero na Universidade, tem como proposta aprofundar discussões sobre o tema e debater assuntos voltados a mulher e sua representação no cenário social. Segundo a líder do grupo, professora Miryan Santin, estudar esse assunto é uma forma de compreender a sociedade. “O estudo de gênero explica, por exemplo, porque se dá essa violência contra a mulher e quais são as causas que levam a isso”, pontua.

Dessa forma, o grupo busca integrar-se a outros cursos da Universidade para viabilizar a troca de saberes. O Fogueira é atualmente composto por cerca de 20 integrantes, dos cursos de Direito, Jornalismo, Medicina, Psicologia, Serviços Sociais e do Mestrado em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais.

Para quem participa, é uma importante forma de encontrar conhecimento e refletir sobre questões até então não comentadas. Integrante desde 2016, a estudante do quinto período de Psicologia, Gabriela Costacurta, fala que o grupo oportuniza um contato multidisciplinar sobre o assunto. “Levando em conta o atual cenário político, discutir gênero é um avanço, mesmo em uma pequena escala. Abrir essa discussão com a comunidade acadêmica possibilita desconstruir conceitos pré-estabelecidos que podem levar à intolerância.”, argumenta.

Além disso, o grupo propicia que estudantes em fase de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com interesse no assunto, possam aperfeiçoar suas pesquisas ao participar das discussões. Um exemplo é a acadêmica do nono período de Psicologia, Amanda Marinho Pinheiro. Com uma monografia voltada para a culpabilização da mulher na sociedade, Amanda participa há um ano e meio do Fogueira. Para ela, é uma experiência incrível para quem está concluindo o curso. "A gente pode pegar coisas do campo e trazer para o Fogueira, para discutirmos juntos. Várias vozes falando dá mais embasamento para a pesquisa, ela fica mais forte", pontua.

Encontros acontecem na terceira quarta-feira do mês

Assim como trazer a discussão para dentro da Instituição, o Fogueira permite também o inverso:  aproximar ainda mais a Universidade do meio social. “Aqui em Santa Catarina, o grupo é uma referência nesses estudos. Por isso, hoje possui um assento representando a Unochapecó no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, o que permite levar essa discussão para espaços públicos”, conclui Miryan. Agora, o próximo passo que o grupo de estudos pretende dar é lançar um livro reunindo todas as pesquisas de extensão realizadas na Universidade, com as temáticas debatidas no Fogueira.

 

Fogueira

O nome do grupo surgiu com a intenção de relacionar o fogo à luz de ideias, pesquisas, debates e à queima de todos os tipos de desigualdades existentes nas relações sociais. Além disso, identifica a fogueira como símbolo de destruição, ameaça, purificação e transformação.

 

Como participar

Segundo a professora Angélica Lüersen, que também integra o grupo, para participar dos encontros basta comparecer às reuniões. "Não existe uma seleção, pois o grupo possui uma demanda muito específica. Quem procura o Fogueira é quem realmente tem uma afinidade com o tema", comenta. Ou seja, o grupo é aberto também à comunidade. Os encontros acontecem sempre na terceira quarta-feira do mês, das 15h30 às 18h30, em uma das salas do bloco C da Unochapecó. Para quem preferir, é possível entrar em contato por meio da página do Facebook.

 

*Estagiária, sob orientação de Greici Audibert.

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