O avanço que a adoção da transmissão digital traz à experiência de assistir a televisão é comparável à transição da imagem em preto-e-branco para a colorida, e talvez vá ainda além.
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O avanço que a adoção da transmissão digital traz à experiência de assistir a televisão é comparável à transição da imagem em preto-e-branco para a colorida, e talvez vá ainda além.
Além de oferecer qualidade de imagem e áudio superiores, a TV digital possibilita diversificar a programação e oferecer ao usuário maior interatividade com os conteúdos.
No quesito imagem, a modulação e a compressão digital possibilitam o envio ao aparelho receptor, na casa do usuário, de imagens com maior resolução.
Enquanto no sistema analógico a definição é de até 525 linhas na tela, no digital o alcance é de até 1.080 linhas visíveis na tela, para o padrão de alta definição (HDTV).
Além disso, as emissoras podem optar por transmitir programações diferentes pelo mesmo canal, no formato padrão (SDTV) utilizando a taxa de transporte de 19,4 Mbits por segundo.
"Isto significa que a emissora poderia enviar ao usuário, simultaneamente, uma novela, um jogo de futebol e um programa educativo, por exemplo. Ou mandar três opções de ângulos de câmera para uma mesma partida esportiva ou filme", explica Lauro Ferreira, gerente de negócios da FITec.
O formato da imagem, que no sistema analógico era vertical (4:3), fica mais horizontal (16:9), assemelhando-se à imagem do cinema.
Em relação ao som, o ganho também é notável. Enquanto no sistema analógico as opções se limitam a Mono (um canal) ou Estéreo (dois canais), com a transmissão digital á possível ter acesso a uma experiência similar à proporcionada pelos sistemas de home theater mais avançados, com seis canais diferentes de saída.
Conheça os três padrões de TV digital
Embora o país tenha optado por adotar um sistema nacional - o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) - no ano de 2003, as discussões para definir qual modelo internacional, o norte-americano (ATSC), o europeu (DVB) e o japonês (ISDB), servirá de referência se prolongam até hoje.
O foco principal do padrão europeu é a multiplicidade de canais, enquanto o norte-americano prioriza a alta-definição. Já o japonês possui o sistema de transmissão para dispositivos móveis mais similar ao desejado pelo governo brasileiro.
Cada padrão foi desenvolvido por um consórcio de empresas, cujas siglas respectivas são DVB, ATSC e ISDB. Saiba mais sobre as particularidades de cada um deles:
Norte-americano
ATSC (Advanced Television Systems Committee): adotado nos Estados Unidos, Canadá, México e Coréia do Sul, produz imagens no formato 16:9 (wide screen) e com até 1920×1080 pixels - seis vezes mais que o padrão analógico que sucedeu, o NTSC. Permite transmitir até seis canais virtuais em definição padrão e oferece qualidade de som similar à dos home theaters, por meio do sistema Dolby Digital, que utiliza seis canais de áudio. O consórcio existe desde 1982, mas o padrão só entrou em funcionamento comercial nos Estados Unidos em 1998. È considerado o mais robusto, ideal para transmissão em alta-definição, mas é o menos desenvolvido no quesito mobilidade.
Europeu
DVB (Digital Video Broadcasting): adotado comercialmente em 1998, pelo Reino Unido, o padrão também foi abraçado por Índia, Austrália e Nova Zelândia. O consórcio responsável pela sua definição reúne mais de 270 empresas. Possui padrões para transmissão terrestre (DVB-T), por cabo (DVB-C) e satélite (DVB-S). É conhecido por ser mais versátil, facilitando a transmissão de múltiplos canais virtuais na mesma freqüência. Opera na freqüência de 8 MHz, fator que o deixa em desvantagem em relação ao japonês e ao americano, que operam em 6 MHz, mesmo espectro usado no Brasil para a TV aberta.
Japonês
ISDB (Integrated Service Digital Broadcasting): vem sendo desenvolvido desde a década de 70, mas só entrou em operação em 2003, na região de Tóquio, no Japão. É considerado o mais apto para atender os padrões de mobilidade exigidos pelo governo para a TV digital brasileira e, por isso, é o preferido do ministro das Comunicações Hélio Costa.