Outlet fomenta a moda sustentável através da reciclagem de peças
A venda e troca de peças de vestuário usadas é uma prática difundida no mundo inteiro e que está se tornando cada vez mais comum no Brasil. Para aproveitar essa tendência, o curso de Design de Moda organiza o Outlet Solidário, que acontece entre quarta e sexta-feira (05/10 a 07/10), a partir das 14h. Peças do vestuário feminino, masculino, infantil, calçados e acessórios serão vendidos de R$ 2,00 a R$ 30,00. O evento é aberto à comunidade e acontece na Usina da Moda, em frente ao Salão de Atos da Universidade.
As peças são resultado de uma doação realizada pela comunidade acadêmica em agosto. O dinheiro arrecadado será dividido entre o curso de Design de Moda e a Comissão Uno Solidária, que atua no auxílio de diversas situações de catástrofes e desastres naturais. Nesse projeto, o grupo ajudou no processo de arrecadação dos itens. A parceria feita através do Unovital é, inclusive, a novidade deste ano. “Pensamos na parceria para promover a solidariedade da comunidade acadêmica, desde a arrecadação à comercialização das peças”, comenta a coordenadora da Comissão e diretora de Desenvolvimento Humano da Unochapecó, Aline Ana Denchinski. Todas as peças reunidas fazem parte do Outlet e o que não for comercializado será doado.
É a segunda vez que o evento acontece na Unochapecó. Além da seleção das peças, os estudantes têm o desafio de organizar a logística e a estrutura de todo o projeto. “A organização envolve diversas práticas, como administração, atendimento, produção de moda, marketing, entre outros”, afirma o coordenador de Design de Moda, professor Fábio Daniel Vieira. O projeto une estudantes e professores de todos os períodos do curso.
Reutilizar é a nova moda
A ação do curso de Design de Moda reflete um hábito que tem setornado corriqueiro na atualidade. A preocupação mundial em torno das questões ambientais e de consumo está alterando o comportamento dos consumidores, que têm optado por alternativas mais sustentáveis e econômicas, como é o caso da aquisição ou troca de peças usadas.
A preocupação com a sustentabilidade foi reforçada no cenário da cultura da pós-modernidade, a partir do século XXI. Mas na moda esse conceito começou a ser debatido entre as décadas de 60 e 70, através de movimentos de contracultura como os punks e os hippies. No que diz respeito à moda sustentável, essa mudança ainda está andando a passos pequenos. “Atualmente existem pequenas ações pautadas pela reciclagem ou reutilização. É preciso uma mudança de comportamento humano e principalmente no âmbito produtivo desse sistema”, avalia a professora de Design de Moda, Rachel Correa de Quadros
É nesse contexto de transformação que surge o termo slow fashion.Trata-se de um processo de produção de roupas, baseado no design sustentável, que consiste no desenvolvimento de produtos com alta qualidade, durabilidade e com o mínimo de prejuízo para a natureza. Esse conceito difere-se do que é produzido pela indústria da moda atualmente, que é baseada na efemeridade.
Para Rachel, as alternativas conscientes destacam-se ao ofertarem produtos de valor simbólico agregado e emocional, e que principalmente apresentem um ciclo de produção ecologicamente correto. A moda sustentável não é só um hábito de consumo, mas uma filosofia de vida. “O estudo desse segmento é um componente importante para o entendimento das transformações socioculturais de uma sociedade: dizem respeito ao estado de espírito, aspirações e costumes”, comenta Rachel.
Sustentabilidade como estratégia
Esse novo hábito comportamental está estimulando que grandes empresas incorporem o fator “sustentabilidade” nas suas estratégias de compras e vendas. “O hábito de buscar consumir somente o necessário, de forma consciente e buscando atender as necessidades básicas de consumo sem cometer exageros, abre espaço para novos nichos de mercado”, avalia o professor de Ciências Econômicas, Áureo Leandro Haag.
De acordo com o economista, percebe-se que há uma diversidade de investimentos de negócios em moda sustentável, que está em crescimento principalmente nos grandes centros. “Já existem brechós em que a estratégia é vender por preço baixo. Outros vendem apenas roupas infantis e alguns estão se especializando em roupas de grife. São inúmeros públicos dentro do mesmo nicho de mercado”, afirma Áureo. Um exemplo de sucesso é o site Enjoei, destinado à compra e venda dos mais diferentes produtos.
Rachel descreve a moda como temporal e efêmera, devido à sua variabilidade e mutabilidade no tempo. “No contexto da tendência de moda, movimentos vão e vêm. Estamos retomando costumes passados para as nossas práticas de consumo, e a fomentação de brechós e outlets faz parte disso”, finaliza.
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