Paial recebe exposição sobre patrimônio arqueológico da região Oeste

“Tudo aquilo que criamos, valorizamos e queremos preservar. Tudo, enfim, que produzimos com as nossas mãos, ideias e fantasias.” Assim, Maria Cecília Londres da Fonseca, pesquisadora da área, define o conceito de patrimônio. Já para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o termo refere-se ao conjunto de saberes, fazeres, expressões, práticas e seus produtos que remetem à história, memória e identidade de um povo. É com foco na sensibilização sobre o patrimônio arqueológico da região Oeste, que a equipe do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom) leva para o município de Paial (SC) uma exposição sobre a arqueologia do Vale do Rio Uruguai. A visitação é aberta para toda a comunidade, de forma gratuita, na Biblioteca Pública Municipal.
A mostra itinerante, denominada 'As pistas que revelam o passado: conheça o patrimônio arqueológico do Oeste Catarinense', foi elaborada pelo Centro com o auxílio de recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex) e do Edital Elisabete Anderle 2015. A ideia é que ela seja exibida nas cidades onde o Ceom desenvolve atividades de pesquisa e/ou salvaguarda de acervos arqueológicos, e nos municípios que, de alguma forma, foram afetados pela construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, no Rio Uruguai, de onde provém boa parte do acervo.
Nesta exposição, o patrimônio arqueológico pré-colonial da região é abordado com uma linguagem didática, especialmente voltada ao público infanto-juvenil. No entanto, todos podem visitar a mostra. Pelo caráter frágil das peças arqueológicas, foram produzidas réplicas que formam uma pequena, mas significativa coleção, composta por oito caixas expositivas. De acordo com a técnica em Educação Patrimonial do Ceom, Aline Bertoncello, a exposição é dividida em três partes. "Na primeira, apresentam-se as diferentes ciências que estudam o passado com foco na ciência da arqueologia. Uma segunda parte mostra os grupos/povos que habitaram a região do alto rio Uruguai desde pelo menos 10 mil anos atrás. Já a parte final é constituída por jogos interativos que abordam a subsistência dos povos pré-coloniais”. Acompanham ainda a exposição uma revista em quadrinhos voltada para o público infanto-juvenil e um folder de divulgação.
A exposição foi montada na cidade na última semana. Além da organização do material, a equipe do Ceom ofereceu uma oficina de capacitação para os professores do Centro de Educação Municipal de Paial (Cempa) e outras lideranças da comunidade. Segundo Juliana Scartezini, secretária de Educação e Cultura do município, serão atendidas as escolas da rede municipal e estadual, assim como o grupo de idosos da cidade. A exposição poderá ser visitada até o fim do mês de julho.
Educação patrimonial
As formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações da arte, ciência e tecnologia; as obras, objetos, documentos, edificações e tudo mais que materialize as manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e os sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, paleontológico, ecológico, científico e arqueológico. Boa parte dos elementos da vida em sociedade são considerados patrimônio. O conceito é tão amplo que pode até parecer abstrato.
Com o intuito de resolver esse problema, surge a Educação Patrimonial. Ela funciona como uma 'alfabetização cultural' e objetiva capacitar os indivíduos a fazerem a leitura do mundo que os rodeia, de modo a compreenderem o universo sociocultural e a trajetória histórico-temporal em que estão inseridos.
No Ceom, trabalha-se com a Educação Patrimonial para socializar o conhecimento originado das pesquisas científicas nos campos da história e da arqueologia regional. O Centro aposta na produção e veiculação de exposições itinerantes como forma de sensibilizar a comunidade regional para a valorização e preservação do patrimônio arqueológico.
*Estagiária, sob orientação de Jessica De Marco
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