Texto Gabriel Kreutz*

 

Em qualquer profissão, antes de executar o trabalho, é necessário um planejamento. Um repórter precisa pesquisar antes de fazer uma entrevista, assim como um arquiteto precisa fazer vários projetos antes de iniciar uma obra. Na Odontologia não é diferente, e é sobre isso que o renomado professor Luiz Fernando Pegoraro, da Universidade de São Paulo (USP), falou no Simpósio Sul-Brasileiro de Odontologia da Unochapecó, que aconteceu entre os dias 23 e 26 de outubro.

"Não adianta saber a técnica se não souber planejar como fazer. Hoje, a maioria dos profissionais sabem fazer a técnica, que é a parte mais fácil da prótese, mas muitos não sabem planejar, pois não tem conhecimento profundo dos princípios básicos. Isso é assim em qualquer área", explica o professor.

O planejamento exige conhecimento, mas, segundo Luiz, também é necessário um tempinho para pensar em como fazer. "Para fazer o planejamento de uma prótese, os estudantes precisam ter um conhecimento básico sobre os princípios que envolvem o dente, o osso e a gengiva. Depois, eles precisam criar um meio de preparar este dente para cimentar a coroa ou a prótese. É preciso fazer tudo isso pensando que essa prótese vai ficar na boca do paciente, no mínimo, 15 anos, que é a idade média de um tratamento para poder se considerar um profissional de sucesso", destaca.

Como a Odontologia é um curso muito técnico, participar deste evento, para o professor, é uma forma dos acadêmicos observarem as novidades trazidas por profissionais de outros locais. "Os estudantes geralmente acham que os seus professores são os melhores. E devem mesmo ser considerados os melhores. Mas é importante que venham professores de fora para trazer diferentes opiniões e mostrar outras filosofias. É bom também para os docentes da casa, que têm a oportunidade de escutar coisas novas e aplicar em suas aulas".

 

Avaliação positiva

Para o organizador do Simpósio e professor do curso de Odontologia da Unochapecó, Bruno Seemann Vieira, os quatro dias de evento proporcionaram novas visões para os estudantes. "A avaliação é muito positiva. Os alunos tiveram a oportunidade de abrir a mente, conhecer técnicas diferentes e outros padrões de aulas. Tivemos palestrantes de alto nível e acredito que isso vá criando cada vez mais uma reputação positiva do curso de Odontologia e da Instituição".

Bruno ressalta que o evento teve grande adesão dos estudantes e o feedback que eles passaram foi muito bom. "Também tivemos a apresentação de pesquisas científicas. Foram 12 apresentações orais e 17 pôsteres. O objetivo principal foi estimular os estudantes a produzirem estes trabalhos e incentivar a pesquisa. Percebemos eles muito mais empenhados do que em anos anteriores. O próprio crescimento do evento e a qualidade do Simpósio ajuda a motivá-los".

Os três melhores trabalhos apresentados também receberam premiação em dinheiro, para serem adquiridos materiais odontológicos. "O fato da premiação também ajuda a estimular eles a inscrever as pesquisas. Muitos queriam apresentar mas não conseguiram preparar elas a tempo. Temos certeza que no próximo ano o evento só vai crescer, tanto em pesquisas quanto no nível dos palestrantes", conclui o professor.

 

*Jornalista do Núcleo de Produção de Conteúdo (NPC) - Unochapecó