Simpósio sobre desastres naturais aborda atuação profissional conjunta

Como agir

Texto Ícaro Colella*

 

Quando acontece algum desastre, as principais preocupações normalmente são a saúde física e as perdas financeiras das pessoas afetadas. Entretanto, é importante pensar que esses danos vão além do externo, eles podem desestabilizar a saúde mental das pessoas que sofreram, e também dos profissionais que estão lidando com a situação. A preocupação com essa temática na Unochapecó surgiu através de uma parceria da comissão Uno solidária com a Área de Ciências Humana e Jurídicas da Universidade (ACHJ), e se materializou em um evento. A segunda edição do 'Simpósio sobre Gestão de Desastres Naturais' aconteceu na última terça-feira (09/07).

A mesa de honra foi coordenada pela professora Maria Carolina 

Na ocasião participaram representantes do corpo de bombeiros e da defesa civil, engenheiros, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos, estudantes e professores. A mesa de honra foi composta pelo tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Hilton de Souza Zeferino, o agente de Defesa Civil da prefeitura de Chapecó, Adson Batista Medeiros, a coordenadora do curso de Psicologia da Uno, professora Maria Carolina Moesch e o psicólogo Olavo Sant'Anna Filho. O tenente coronel introduziu o público no cenário de desastres em Santa Catarina, com diferentes exemplos, como as enchentes que atingiram Blumenau, até o tornado que passou por Xanxerê em 2015.

Adson Batista falou sobre a importância dos alertas e alarmes via SMS, que são usados em todo o estado para alertar a população a respeito dos riscos naturais. Os desafios e possibilidades foram exibidos, com exemplos de sistemas que funcionam na Europa e nos Estados Unidos, e que se aplicados no Brasil, poderiam, com o simples uso da tecnologia, trazer mais conforto para população. Ele visualiza que essa conversa dentro da Universidade contribui para uma comunidade que pense a respeito dessa temática previamente, para formar profissionais mais preparados. "A possibilidade que temos com os acadêmicos é de difundir o conhecimento e ampliar ao meio prático. Assim, os estudantes saem da Universidade e conseguem aplicar no mercado de trabalho todos esses desafios que a gente abordou aqui".

 

Saúde mental

O psicólogo Olavo de Sant'Anna Filho, além de compor a mesa, no período da tarde ministrou uma oficina para tratar dos impactos na saúde mental das pessoas que passam por situações traumáticas. "A ideia é conversar sobre o papel do psicólogo na gestão integral de riscos, porque muitas vezes se pensa que o psicólogo só vai ser convocado a atuar depois que o desastre acontece, quando tem a perda, o luto, a dor".

O psicólogo Olavo Sant'Anna ministrou uma oficina sobre saúde mental

Para Olavo, o pensamento tem que ser totalmente inverso. Enquanto na maioria dos casos o foco é na gestão pós-desastre, eventos como o Simpósio geram questionamentos e fazem pensar que a temática deve ser debatida e as estratégias montadas para gerar políticas públicas mais aplicáveis. ''Os eventos voltados para essa área são excelentes para destacar os benefícios que os profissionais atuando no antes, durante e depois vão trazer para a sociedade", ressalta o psicólogo.

A acadêmica do sétimo período de Psicologia, Andressa Diemer, conta que já esteve em outros eventos como esse, pois se interessa pela temática abordada. Para ela, a diversidade profissional trazida na atividade reforça a importância de todos os profissionais no exercício de seu ofício para que o trabalho do psicólogo tenha êxito. 

"Sem um acompanhamento psicológico não é possível saber o que aquele trauma pode significar na vida das pessoas. Um dos meus sonhos é que saúde mental deixe de ser um tabu e se torne algo tão importante quanto a saúde física. Isso não só nos desastres, mas em qualquer outra situação".

Para a organizadora do evento e coordenadora do curso de Psicologia, professora Maria Carolina, o ponto alto do Simpósio foi a possibilidade de diversidade de atores e de profissionais no diálogo interdisciplinar, o que reforça o compromisso da Uno com a comunidade. "Esse evento é fruto de debates e inquietações a respeito de como a gente pode agir, enquanto Universidade Comunitária, na produção de conhecimento em prol das situações que nos ocorrem", completa.

 

*Estagiário sob supervisão de Gabriel Kreutz

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