Todos pela educação

Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:31 hs.

18/10/2010 - Este é o nome de um movimento da sociedade civil, do qual participo, que tem por objetivo contribuir para que todas as crianças e jovens brasileiros tenham acesso à educação pública de qualidade.

Este movimento se torna ainda mais fundamental depois que pesquisa do Ipea dá conta de que a população brasileira passará por um envelhecimento rápido nos próximos 20 anos. Ao analisar dados sobre fecundidade e mortalidade, o Ipea estima que, a partir de 2030, só os grupos acima de 45 anos é que vão apresentar crescimento.

Em comparação com a Europa, único continente a enfrentar esse problema até agora, o movimento de passagem está acontecendo numa velocidade acelerada, exigindo atenção total dos políticos, do mercado e da sociedade para os impactos da mudança nas políticas públicas, no consumo e na vida de cada um.

Um país com população "mais velha" precisa de políticas públicas de renda e saúde abrangentes e efetivas para compensar a perda da capacidade de trabalho, além de fortes investimentos em habitação, infraestrutura e acessibilidade em focos diferentes dos que são feitos hoje, porque as necessidades serão diferentes.

Quem vai pagar esta conta?
De onde sairá o dinheiro para as aposentadorias que garantam dignidade a estes brasileiros? O Brasil ainda vive um período de bônus demográfico, no qual há um contingente de população em idade ativa maior do que o de idosos e crianças.

Este período deve durar mais uns 20 anos. Em condições normais, seria uma bênção. Mas, por não estarmos preparados, teremos um ônus difícil de ser superado, pois as pessoas em idade ativa hoje têm baixa escolaridade e quase 50% da população entre 15 e 19 anos não tem acesso ao ensino médio público.

Daqui a 20 anos, a população ativa hoje será a aposentada. Se neste período não realizarmos uma verdadeira revolução educacional que prepare de fato as pessoas para um mercado de trabalho cada vez mais exigente, não seremos um país sustentável, pois a renda dos cidadãos ativos não suportará as necessidades básicas da população.

Na Europa, as aposentadorias são garantidas por uma população economicamente ativa altamente educada e capacitada, que ocupa postos de trabalho complexos com salários sobre os quais incide uma porcentagem que forma a poupança que paga as aposentadorias. Estes profissionais passaram por escolas, públicas na maioria, de alto nível. Por isso os salários melhores garantem uma população de "pirâmide invertida", mais idosos do que jovens.

É absolutamente urgente que sejamos todos radicalmente pela educação pública de qualidade, hoje. Esse é o compromisso que devemos cobrar dos políticos. A viabilidade do país depende disso.

RICARDO YOUNG escreve às segundas-feiras nesta coluna.
Fonte: Folha de São Paulo

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