Acadêmicos de Arquitetura desenvolvem intervenções para patrimônio local
Chapecó, 11 de agosto de 2025 - Estudantes da disciplina ABEX XI Patrimônio: Edificações, Conjuntos e Cidades, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unochapecó, realizaram um projeto de levantamento e proposta de requalificação da Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus, localizada na comunidade de Linha Tarumãzinho, no município de Águas Frias. A atividade integrou o componente curricular que propõe a valorização do patrimônio arquitetônico das cidades e contou com a participação direta da comunidade local.
A proposta surgiu a partir do contato entre docentes da Unochapecó que atuam na elaboração do Plano Diretor de Águas Frias e moradores da região. Segundo a professora responsável pela disciplina, Candida Ianzer Viedo Alvorcem, “quando os professores Gabriela e Cássio conheceram a comunidade durante as visitas ao interior do município, relataram que havia o interesse da população local em preservar e valorizar a igreja como patrimônio”.
Realizado por cerca de 16 alunos, organizados em grupos de três a quatro integrantes, o trabalho iniciou com o levantamento físico da edificação, por meio da produção de planta baixa, fachada e análise das patologias da construção. Na sequência, os estudantes desenvolveram propostas de requalificação, tanto da igreja quanto do espaço ao redor.
“Eles propuseram intervenções mínimas no edifício, como nova pintura, troca de vidros e tratamento de danos estruturais. Já no entorno, criaram projetos com mobiliário, paisagismo e espaços de convivência para a comunidade, como praças e áreas para socialização”, explica a professora.
A edificação, que está em processo de tombamento a nível municipal, é carregada de valor simbólico para os moradores da Linha Tarumãzinho. “Fomos recebidos por um grupo grande da comunidade, que compartilhou a história da igreja e o vínculo afetivo com o espaço. Muitos têm laços familiares com o construtor do edifício, o que torna o apego ainda mais forte”, conta.
Durante o processo, a comunidade forneceu fotos antigas e acompanhou ativamente o desenvolvimento das propostas. Ao final do semestre, os moradores foram convidados a conhecer as soluções apresentadas pelos estudantes na Unochapecó.
Denominado ‘Raízes da Fé’, o grupo de Luana Heinen propôs melhorias que respeitassem a arquitetura original da igreja, mas que melhorassem a estrutura que estava deteriorada pelo tempo. Após a identificação das principais patologias, desde a madeira desgastada, infiltração, rachaduras até a pintura desgastada, os estudantes desafiaram-se a criar propostas que deixassem o local mais vivo, sem o descaracterizar.
“A gente teve que imaginar como deixar o lugar mais acolhedor e interessante para a próxima geração e para quem está lá já, sem perder a essência que faz a igreja ser um símbolo da fé e da história da comunidade. Acho que a gente conseguiu unir a criatividade com o cuidado, pensando no futuro e em todos os usos que o local já tem. Então ela (a igreja) é usada, além da parte da crença, da fé, da missa, para festividades; mantendo a comunidade em contato próximo e queríamos propor soluções sem esquecer de tudo que já existe, é amado e tem significado para as pessoas”, conta Luana.
Após o evento, os moradores organizaram uma nova reunião em Águas Frias para apresentar os projetos a outros integrantes da comunidade, ampliando ainda mais o impacto da ação. De acordo com a professora Candida, a ação foi mais do que um exercício acadêmico, o projeto contribuiu para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. “Eles compreenderam que a valorização de um imóvel vai além da estética. Está ligada à memória, ao afeto e à história das pessoas. Foi gratificante ver o comprometimento e a sensibilidade de cada um durante todo o processo”.
Para a estudante Luana, o processo de desenvolvimento do projeto construiu colaborações dentro e fora de sala de aula. Por meio da ABEx, a turma pôde trabalhar com valores históricos e que permeiam sentimentos de toda uma comunidade, colocando em prática tudo que foi aprendido na teoria.
“Precisamos entender a história, ouvir as pessoas da comunidade, estudar o que pode ser feito, principalmente pelo processo de tombamento da igreja. Unimos conhecimentos técnicos com sensibilidade, empatia, e muito trabalho em equipe, porque fez pensar na responsabilidade que um arquiteto tem, saber como valorizar um lugar sem perder a essência que torna ele único”, finaliza.
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Texto: Ionara Virmes / Assessoria de Imprensa;
Fotografias: Reprodução curso de Arquitetura e Urbanismo / Unochapecó.
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