Unochapecó tem primeiro indígena no programa de doutorado em Educação no Estado

O professor Kaingang Getulio Narsizo Tójfã, da aldeia Terra Indígena Xapecó, é o primeiro indígena matriculado no programa de doutorado da Unochapecó e será o primeiro doutor em Educação de Santa Catarina. Getúlio foi aprovado em três cursos de doutorado em universidades públicas, porém, todas localizadas na capital do Estado. Com a esperança de poder cursar um doutorado perto de casa, esperou a aprovação no programa da Unochapecó. Getúlio será o primeiro doutor indígena em Educação da sua aldeia. Para ele isso aumenta a responsabilidade diante do seu povo. Getulio é formado em Pedagogia e Mestre em Educação também pela Unochapecó.
De acordo com a professora Claudia Battestin, que é orientadora do doutorando, é um grande aprendizado para todos ter a presença dele na Instituição. “A bolsa social da Unochapecó foi essencial para que Getúlio acessasse o curso”, afirma Claudia.
O programa de doutorado tem duração de quatro anos e Getulio trabalha com o tema: “Raízes da Sabedoria: Cosmologia Kaingang e Educação tradicional na Terra Indigena Xapecó”.
Conforme o indígena fazer o doutorado sobre esse tema, além de contribuir para a história e cultura do seu povo, também agrega novos conhecimentos para a educação do Brasil. “O que eu vou pesquisar, vai registrar e mostrar como o conhecimento tradicional está presente na comunidade....mas para isso, precisamos fazer um caminho de volta as raízes, para compreender como isso foi construído”, afirma Getulio.
A Unochapecó conta hoje com 320 acadêmicos indígenas matriculados entre os cursos de Artes, Agronomia, Educação Especial, Enfermagem e Letras. Na pós-graduação stricto sensu (em sentido específico), já formou seis mestres em educação e em andamento tem dois alunos no mestrando e Getulio iniciando o doutorado.
Além disso, a Instituição é referência no Estado na formação de professores indígenas, através dos cursos de Licenciatura Intercultural Indígena. Os cursos são destinados à formação de professores indígenas que atuam na educação básica, particularmente, nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio em escolas da etnia, e isso tem mudado a realidade local/regional, da vida das pessoas e da educação na região.
Para professora Teresa Machado da Silva Dill, coordenadora geral dos cursos de Licenciatura Intercultural da Unochapecó, “a riqueza dessa diversidade é a fonte de muitos aprendizados e conhecimentos compartilhados. O grande diferencial desses cursos é que eles acontecem no interior das Terras Indígenas, o que facilita a permanência dos estudantes”, finaliza Teresa. Os cursos de Licenciatura Intercultural completam em 2024, 15 anos de existência e já formaram 195 professores indígenas.
Para o reitor da Unochapecó, Claudio Jacoski, é orgulho para a Unochapecó promover emancipação social. “O conhecimento transforma as pessoas e tudo ao seu redor. Novamente nossa instituição de ensino superior, a Unochapecó, cumpre seu papel de inserir-se na comunidade promovendo prosperidade na vida das pessoas”, reitera o Reitor.
Texto: Joane Marcon /Ai Unochapecó Foto: Arquivo professora Claudia Battestin
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