Várias representações em uma única exposição

Texto Ícaro Colella*
Um ente camaleônico, liberto de convenções e regras, um ser essencialmente criativo, inquieto e em constante transformação. Dessa maneira, a professora do curso de Artes Visuais, Marinilse Netto, define o que compõe a nova exposição da Galeria Agostinho Duarte, do estudante e artista Kairo Madah. Em um universo ficcional, repleto de representações de si mesmo, são trazidos personagem diversos, com vários nomes, personalidades e narrativas de vida, em corpos femininos, masculinos ou que não tem gênero. A vernissage da exposição, intitulada 'Das Montações', acontece hoje (21/10), às 19h, e segue disponível para visitação até o dia 13 de dezembro.
Ao todo, são 11 obras com fotografias que retratam a construção da montagem dos personagens drag queen, king e queer, acompanhados de uma foto principal do momento da performance final. Além das fotos, Kairo conta que a mostra traz um recurso de videoarte e também vestimentas que formam imagens expandidas. ''Cada um desses produtos é resultado do processo de formação e finalização. A videoarte é outro recurso ligado a um dos personagens, que tem sua narrativa dentro de um vídeo, e as duas vestimentas expostas no meio da mostra são roupas usadas nessa produção".
O artista retrata o processo criativo por meio da transmutação, do momento de criar um outro eu, o personagem. A arte drag para ele tem um sentido estético, mas carrega também algo pessoal muito forte. "O primeiro personagem que eu criei foi o Egon, e não foi só para explorar as linguagens visuais, ele fez com que eu me entendesse melhor enquanto pessoa", comenta.
O objetivo da exposição é trazer para o público uma visão que ressignifique a questão drag, a partir do sentimento da vivência de assumir uma outra personalidade e identidade. Com as obras produzida inteiramente no segundo semestre de 2018, Kairo se sente como um ser fora dos rótulos e despido de estereótipos.
"De certa forma sou eu em todos os personagens. Talvez por ser o modelo das fotos, de usar o meu corpo como um material, um instrumento, assumo uma roupagem, uma identidade me caracterizando. Porém, são coisas que se fundem, então a mostra trata de mim, mas de maneira secundária. Eu sou o Kairo e meu trabalho envolve se permitir criar, me colocar nesses personagens, para que eles, de alguma forma, me perpassem e sejam expressados como múltiplas personalidades que eu posso perpetuar".
*Estagiário sob supervisão de Gabriel Kreutz
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